INVESTIGADO
Jair Bolsonaro durante a campanha à reeleição no Recife,
em outubro: estadia nos EUA será prolongada (Crédito:
Rafael Vieira)
Investigado
como um dos autores intelectuais dos ataques
de 8 de janeiro, Bolsonaro pode ser preso
Mais
de mil extremistas continuam detidos e centenas
devem enfrentar penas duras após a destruição
das sedes dos Três Poderes. É essencial responsabilizar
e punir Jair Bolsonaro pelo estímulo ao assalto
terrorista. A inelegibilidade do ex-presidente
é quase certa, mas isso não é suficiente para
eliminar a ameaça às instituições.
21/01/2023
(ISTOÉ)
- Jair Bolsonaro construiu sua carreira política
fazendo declarações irresponsáveis. Na Presidência,
dedicou-se durante quatro anos a desafiar as
instituições. Por isso, até a semana passada,
ele enfrentava quatro inquéritos no STF.
Sua situação já era delicada e a contenção que
se autoimpôs após perder a eleição presidencial,
seguida de um exílio improvisado na Flórida,
visava justamente a evitar uma ordem de prisão
que poderia vir a qualquer momento se ele fosse
associado a qualquer iniciativa golpista. Essa
fronteira pode ter sido superada.
A condição jurídica piorou dramaticamente após
milhares de apoiadores assaltarem as sedes dos
três Poderes, no ataque mais grave da história
às instituições. Por conta disso, o ex-presidente
também é investigado como um dos autores intelectuais
das ações de vandalismo no dia 8.
E, após a descoberta de uma minuta golpista
na casa de seu ex-ministro da Justiça, o cerco
se fecha também no TSE, que deve torná-lo inelegível.
Para a democracia, o importante é que o grande
mentor dos atos terroristas às instituições
seja definitivamente responsabilizado e as ameaças,
contidas.
NOS
EUA Bolsonaro disse a apoiadores no
dia 16 que “lamentava” os ataques no dia 8.
Foib“inacre¬ditável” (Crédito:Divulgação)
O
PL avalia que Bolsonaro deve pagar, ainda em
2023, a conta pela selvageria as sedes dos Poderes.
Para o partido, a inelegibilidade do ex-presidente
será decretada no inquérito que investiga os
atos criminosos de 8 de janeiro, em trâmite
no STF, ou na ação de investigação judicial
eleitoral (Aije) que mira o capitão por abuso
de poder pela difusão de fake news sobre as
urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores,
em julho passado.
Os dois processos foram turbinados com a inclusão
da minuta encontrada pela PF na casa de Anderson
Torres, um dos auxiliares mais próximos do ex-presidente.
Esse documento é o esboço de uma medida que
previa estabelecer o estado de defesa no TSE
revertendo a eleição de Lula, abrindo investigações
de ministros do STF e transferindo na prática
ao Ministério da Defesa a condução do processo
eleitoral. Ou seja, um mapa para o golpe.
As investigações vão determinar de quem partiu
a ideia dessa farsa jurídica que imita de forma
canhestra os Atos Institucionais da ditadura.
A minuta é altamente comprometedora para o ex-ministro
da Justiça e pode complicar de forma definitiva
Bolsonaro, se for possível comprovar que ele
tinha conhecimento dela ou que participou da
sua elaboração.
PRESO
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
bolsonarista, embarca na Flórida no dia 14 para
se entregar às autoridades (Crédito:Divulgação)
Ex-ministro
do TSE, Fernando Neves pontua que a papelada,
de fato, tem potencial para atingir o ex-presidente.
“O fato de a minuta estar na casa do ex-ministro
da Justiça e a interpretação dela no contexto
geral de investidas contra a democracia dão
ao documento algum valor.
O crime tem todo um itinerário: a cogitação,
os atos preparatórios e a execução, que pode
resultar na consumação ou ficar na tentativa.
Escrever um decreto sem assinar ou levá-lo adiante
não é crime, mas em um cenário geral isso pode
ser encarado como ato preparatório, servindo
de indício de outro crime, como a tentativa
de abolir o Estado Democrático de Direito”,
afirma. Neves, no entanto, pondera ser preciso
avançar na apuração para ligar o ex-presidente
à minuta. “Você tem de provar a ciência, concordância
ou autoria.”
Integrantes do partido do capitão acrescentam
que o fato de extremistas terem repetido “ipsis
literis” falas de Bolsonaro em meio ao quebra-quebra
no Palácio do Planalto, Supremo e Congresso
reforça a condição dele de “autor intelectual”
da barbárie, ainda que não tenha dado ordem
direta para a invasão.
É de amplo conhecimento a incitação de Bolsonaro
aos radicais. Já no lançamento da sua candidatura
na Convenção do PL, em julho passado, o capitão
classificou os apoiadores como um “exército”
e os instigou a jurarem “dar a vida pela liberdade”.
No dia 9 de novembro, ele disse a simpatizantes:
“Quem decide o meu futuro, para onde eu vou,
são vocês. Quem decide para onde vão as Forças
Armadas são vocês”. Era, obviamente, um incentivo
para que seus apoiadores agissem – o que acabaram
fazendo no dia 8 de janeiro.
Na última “live” como mandatário, no dia 30
de dezembro, mais uma vez este estimulou os
radicais e declarou: “Acreditem vocês, como
foi difícil ficar dois meses calado, trabalhando
para buscar alternativas”.
UNIDOS
Ministros do STF debatem no dia 12 a recuperação
do prédio da Corte (Crédito:CARLOS ALVES MOURA)
O
presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
| Foto: Ricardo Stuckert
“Quem
quiser fazer política, sai do cargo e se filia
a um partido. Mas enquanto estiver nas Forças
Armadas não vai fazer política”. (Lula)Metrópoles
(Blog do Noblat) - 19/01/2023
Vídeo
destaque (01)
Lula
na Globonews: "Bolsonaro deu ordem durante
muito tempo" |
"Era o começo de um golpe de estado"
TV
Afiada
Presidente
Lula concede a primeira entrevista desde a eleição.
Agora na GloboNews, com Natuza Nery. “Eu fiquei
com a impressão que era o começo de um golpe
de Estado”, que “o pessoal estava acatando ordem
e orientação que o Bolsonaro deu durante muito
tempo”, diz Lula sobre atos golpistas em Brasília.
“Não foi nenhum analfabeto político que invadiu
isso aqui. Era gente que preparou isso durante
muito tempo”, diz Lula sobre ataque aos Três
Poderes, em 8 de janeiro, em Brasília. TV
Afiada - 18/01/2023
Vídeo
destaque (02)
Na
Polônia, povo protesta com latidos e vídeo viraliza.
Imaginou bolsonarista mugindo?
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