|
|
(g1)
- O Ministério Público da Bahia (MP-BA) entrou
com uma ação civil pública na quinta-feira (1º)
para proibir o show milionário
do cantor Gusttavo Lima em Campo Alegre de Lourdes,
no norte do estado, durante a festa da padroeira
da cidade, em 9 de fevereiro.
O cantor sertanejo faz parte da programação
do evento. O show se tornou alvo de críticas
por conta da distorção nos valores:
Gusttavo foi contratado
por R$ 1,3 milhão — R$ 1,1 milhão referente
ao cachê e R$ 200 mil destinado aos custos com
hospedagem e transporte.
O valor é três vezes maior
que o orçamento da cidade previsto para cultura,
que é de cerca de R$ 413 mil.
Ao mesmo tempo, o município
está em situação de emergência desde
o dia 12 de setembro, mesmo mês em que assinou
contrato com o artista, por conta da seca.
Diante disso, os promotores de Justiça Thays
Rabelo, Patrícia Camilo Silva e Raimundo Moinhos,
autores da ação, entenderam que há uma "manifesta
desproporcionalidade entre as ações prioritárias
do município de Campo Alegre de Lourdes e o
evento festivo, sobretudo diante do expressivo
valor de R$ 1,3 milhão para a apresentação de
uma única banda".
Em nota, o MP-BA apontou que fez diligências
e identificou que o cachê pago ao artista não
considera gastos como estrutura de palco para
as demais apresentações, camarim, iluminação,
som, banheiros químicos e espaço para o público
do evento. |
|
|
O
órgão acionou também a empresa responsável pela
contratação do artista. Antes de ajuizar a ação
pública, o MP-BA afirmou que tentou acordo com
o município, mas não teve êxito.
Na ação, a instituição pede que os recursos
não sejam repassados à pessoa jurídica contratada
e que demais contratações de artistas ou equipamentos
e estrutura não sejam feitas.
Pede ainda que a Justiça determine a busca e
apreensão dos aparelhos de sonorização e a suspensão
do fornecimento de energia elétrica em todos
os locais previstos para a realização dos shows.
|