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Daniel
Beck, da Combat Armor, e Silvinei Vasques em ato com
Jair Bolsonaro no Rio em 2020.
Créditos: Carolina Antunes/PR |
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TCU
aponta corrupção e propina em contratos do governo
Bolsonaro com empresa de apoiador de Trump |
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Combat
Armor, de Daniel Beck, que articulou invasão
do Capitólio, fraudou licitações para blindagem
de viaturas da Polícia Rodoviária Federal e
teria pagado propina ao ex-diretor, Silvinei
Vasques, segundo a investigação. |
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01/03/2024 |
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(Fórum)
- Investigação do Tribunal de Contas da União
(TCU) revela que a paixão de Jair Bolsonaro
(PL) por Donald Trump se converteu em um esquema
milionário de corrupção para um dos principais
apoiadores do ex-presidente ultradireitistas
dos EUA.
Em
varredura nos contratos da Polícia Rodoviária
Federal, Polícia Federal e Ministério da Defesa,
o TCU encontrou fraudes, indícios de corrupção,
superfaturamento e propinas em editais para
blindagem de viaturas que foram vencidas pela
empresa Combat Armor.
Com origem nos EUA, onde seria uma "empresa
de papel" segundo o TCU, a Combat Armor
pertence a Daniel Beck, um dos articuladores
da invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2022,
após a derrota de Trump para Biden.
Próximo a Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Beck abriu
uma filial da Combat Armor no Brasil após a
vitória de Jair Bolsonaro (PL), em 2018. Nos
quatro anos seguintes, a empresa faturou cerca
de R$ 39 milhões em contratos com o governo
brasileiro. |
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Eduardo
Bolsonaro com Mauricio Junot (à esquerda) em
2019. |
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A
maior parte do faturamento foi na blindagem
de viaturas da PRF, então comandada por Silvinei
Vasques, preso por tentar impedir que eleitores
do Nordeste votassem no segundo turno em cidades
onde Lula teve maioria dos votos na primeira
etapa das eleições de 2022.
Reportagem exclusiva da Fórum revela que Vasques
foi alçado à vice-presidência da Combat Armor
do Brasil em janeiro de 2023, um mês após se
aposentar da PRF, aos 47 anos de idade.
Agora, o TCU aponta que há indícios de que Vasques
tenha recebido propina na série de contratos
firmados por ele com a Combat Armor quando esteve
no comando da PRF.
No relatório da investigação, o tribunal aponta
“possível favorecimento à Combat Armor pelo
senhor Silvinei Vasques em contratações feitas
pelo órgão policial, considerando que: as unidades
da PRF que mais destinaram recursos à Combat
Armor coincidem com as regiões onde Vasques
exerceu influência significativa”.
“Estas incluem a Superintendência do RJ, onde
ele foi superintendente até abril de 2021, o
Departamento de Polícia Rodoviária Federal em
Brasília, durante seu mandato como Diretor Geral,
e a Superintendência da PRF em Santa Catarina,
onde também ocupou a posição de superintendente.
Os montantes pagos por estas unidades à Combat
Armor totalizaram valores expressivos, sugerindo
uma relação entre os pagamentos e as posições
ocupadas por Vasques”, diz a investigação, revelada
nesta sexta-feira (1º) pela revista Veja.
Segundo o TCU, houve “condescendência de agentes
públicos” durante o governo Bolsonaro e a empresa
teria sido orientada a forjar documentos para
fraudar concorrências.
“No tocante à habilitação da Combat Armor nesses
certames, verificou-se que a empresa foi beneficiada
por uma possível leniência de agentes públicos
da PRF, que aceitaram atestados de capacidade
técnica inidôneos, cujas fragilidades eram de
fácil percepção”, diz o TCU.
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Chacota
Em depoimento à CPMI dos atos golpistas, em
junho de 2023, Silvinei Vasques fez chacota
ao ser indagado sobre sua contratação pela Combat
Armor assim que deixou o governo e se aposentou.
"Eu estou desde o dia que me aposentei
procurando emprego. Acho que meu curriculo aqui
foi apresentado, estive nessa empresa, estive
em mais de 10 empresas. Estou à procura de emprego,
estou à disposição. Ainda não consegui, pois
as que quiseram me dar emprego não atenderam
as minhas expectativas. Mas, assim que tiver
uma oportunidade vou voltar a trabalhar",
disse ele, arrancando risos de bolsonaristas
na comissão.
Além de Vasques, a Combat Armor nomeou ainda
como diretor, também em janeiro, o Brigadeiro
do Ar Antonio Ramirez Lorenzo, que passou para
a reserva em março de 2019. Em março de 2022,
Lorenzo foi nomeado por Bolsonaro como secretário-executivo
do Ministério da Justiça e passou a ser o número
2 da pasta comandada então por Anderson Torres,
membro da organização criminosa que tentou o
golpe de Estado.
Em sua breve passagem pela diretoria da empresa,
Vasquez chegou a se mudar para Indaiatuba e
deu expediente como vice-presidente da Combat
Armor.
Segundo informações internas obtidas pela Fórum,
o projeto de Beck era fazer a transição, colocando
Vasquez na presidência da empresa - o então
presidente, Mauricio Junot voltaria a morar
nos EUA.
Porém, diante da divulgação pela Fórum das informações
de que Vasquez dava expediente na empresa em
meio às investigações sobre os atos golpistas,
o ex-diretor da PRF deixou a Combat Armor.
À época, a Fórum entrou em contato com a Combat
Armor por e-mail, confirmando por telefone,
mas não obteve posicionamento da empresa. O
espaço segue aberto para manifestação.
Fonte:
Revista Fórum | Publicado em 01/03/2024
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