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Maruzia está
sendo acusada pelos filhos de maus-tratos - Reprodução |
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Filhos denunciam
a própria mãe por dopar, ferir e castrar
quimicamente servidor do Banco Central |
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Investigação
da PCDF aponta para suposta prática de maus-tratos
contra
um servidor de 49 anos do Bacen aposentado por
invalidez |
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13/09/2021 |
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A
Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga
denúncias de maus-tratos, lesão corporal e cárcere
privado cometidos por uma mulher contra o próprio
companheiro, um servidor aposentado do Banco Central
(Bacen), de 49 anos. Vídeos, fotos e uma série
de documentos foram juntados por três irmãos,
filhos da suposta autora e enteados da vítima.
O inquérito foi instaurado na 21ª Delegacia de
Polícia (Taguatinga Sul).
O caso veio à tona após viatura da Polícia Militar
e ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) serem acionadas para socorrer
o servidor, em 8 de setembro.
Na delegacia, as testemunhas, filhas de Maruzia
das Graças Brum Rodrigues, 53 anos, contaram que
a mãe dopava e agredia o parceiro, além de obrigá-lo
a tomar medicamentos usados para castração química.
A motivação da mulher seria controlar a aposentadoria
do analista do Bacen, com vencimentos próximos
de R$ 23 mil. |
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Também
foram encontrados medicamentos usados para castração
química – reprodução |
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Superdosagem
de Rivotril
A filha de Maruzia contou que a mãe casou-se com
o então analista do Bacen em 2002. Pontuou ainda
que ele sempre foi uma pessoa ativa, sem qualquer
problema físico ou mental. O servidor, no entanto,
aposentou-se em 2019, depois de ser diagnosticado
com alienação mental. “Após isso, minha mãe deu
um jeito de subjugá-lo, tomar o controle de todo
o dinheiro e passou a dopá-lo e retirar qualquer
meio de comunicação dele com o mundo exterior”,
disse.
Apesar dos altos rendimentos, a vítima não teria
direito a usar celular, roupas limpas, nem comer
nada além de arroz, feijão e lasanha congelada.
“Nem desodorante e xampu ele pode usar, pois não
tem acesso a nenhum dinheiro. Quando ele tenta
falar algo, é enforcado por ela, como alguns parentes
já presenciaram. Meu padrasto foi esfaqueado no
braço pela minha mãe, que simplesmente espera
que ele morra para ficar com a pensão”, afirmou.
Segundo a enteada do aposentado, havia pelo menos
13 frascos de Rivotril no imóvel que o casal mora,
muitos deles vazios. “Quando a equipe do Samu
chegou ao apartamento, constatou que uma superdosagem
medicamentosa havia sido ministrada. Temos a suspeita
de que ele tenha sido obrigado a tomar dezenas
de pílulas em um curto período de tempo. Sem falar
os remédios usados para a castração química”,
relatou a filha da acusada.
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O
servidor aposentado do Bacen teria sido esfaqueado
no braço pela companheira – Reprodução |
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Lista
de desejos
Uma empregada doméstica que trabalhava no amplo
apartamento do casal, em Águas Claras, presenciou
os maus-tratos cometidos por Maruzia contra o
companheiro e também foi ouvida em termo de declaração.
Ela revelou ter visto vestígios de respingos de
sangue no travesseiro e pelo chão do imóvel. As
manchas teriam sido lavadas, mas a funcionária
percebeu o ferimento no braço do aposentado.
Os episódios ficaram mais evidentes após Maruzia
e o companheiro terem deixado Portugal, onde estavam
morando desde 2020. Eles retornaram ao Brasil
para apresentação de prova de vida dele a fim
de manter o pagamento da aposentadoria pelo Bacen.
“Com o passar dos anos, os maus-tratos e as agressões
severas foram aumentando juntamente com a quantidade
de remédios para dopá-lo. A situação do meu padrasto
é tão cruel e humilhante que ele escreveu em uma
folha de papel uma espécie de lista de desejos”,
explicou a enteada.
Na relação escrita pelo aposentado, estão objetos
simples, ainda mais para quem tem vencimentos
superiores a R$ 20 mil. São peças de vestuário,
como meias, cuecas; equipamentos, como pendrive,
fones de ouvido, mouse, teclado, computador, aparadores
de pelos; acesso a serviços de streaming; e um
aparelho celular.
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O
servidor aposentado, mesmo com um salário superior
a R$ 20 mil, fez uma lista desejos com objetos
simples – Reprodução |
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Busca
e apreensão
Os três filhos de Maruzia acionaram a Justiça
solicitando o deferimento de um pedido de busca
e apreensão do aposentado em tutela de urgência
e retirando a guarda mantida pela atual companheira.
Para garantir o andamento do processo com todas
as partes em solo brasileiro, o Judiciário oficiou
à Polícia Federal determinando o bloqueio do passaporte
do ex-analista do Bacen, evitando que ele seja
tirado do país.
A reportagem não localizou a defesa de Maruzia
para comentar a acusação dos filhos.
Fonte:
Metrópoles, por Carlos Carone
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