SÃO
PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Ao menos seis pessoas
morreram e 28 ficaram feridas depois que um estudante
abriu fogo contra outros alunos em um campus universitário
de Perm, na região dos Urais, na manhã de hoje.
O atirador foi detido, informou o Comitê de Investigação
Russo, que inicialmente divulgou que oito pessoas
teriam sido mortas, mas recuou e revisou o número
horas depois.
"Um estudante que estava em um dos edifícios
da universidade abriu fogo contra as pessoas ao
seu redor. De acordo com um balanço atualizado,
seis pessoas morreram no tiroteio", informou
o Comitê de Investigação. O atirador, que já foi
identificado, entrou no campus às 11h locais (3h
de Brasília), de acordo com o serviço de comunicação
da universidade.
Pelo menos 28 pessoas ficaram feridas - a maioria
por tiros, e outras na queda de janelas quando
tentavam fugir do atirador - segundo a agência
de notícias estatal TASS, citando o Ministério
da Saúde. Nove ambulâncias foram enviadas para
o local. O atirador "ficou ferido durante
a detenção ao opor resistência", informou
o comitê, que não divulgou informações sobre a
motivação do ataque.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram estudantes
fugindo do tiroteio e pulando pelas janelas do
primeiro andar de um prédio do campus. Outra gravação,
feita a partir de uma janela, mostra um indivíduo
vestido de preto atirando e caminhando na direção
da entrada do prédio.
O presidente Vladimir Putin foi avisado do tiroteio
e lamentou as mortes. "O presidente expressa
condolências sinceras aos que perderam familiares
e entes queridos como resultado deste incidente",
disse o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a repórteres.
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Um
fenômeno em alta
Os tiroteios em escolas ou universidades eram
raros na Rússia - que tem uma legislação rigorosa
de controle de armas -, mas se tornaram mais frequentes
nos últimos anos. O presidente Vladimir Putin
o denunciou como um fenômeno importado dos Estado
Unidos e um efeito perversos da globalização.
O incidente anterior do tipo havia acontecido
em 11 de maio de 2021, quando um jovem de 19 anos
abriu fogo contra uma escola de Kazan (sudoeste)
e matou nove pessoas. No mesmo dia, Putin ordenou
uma revisão das normas sobre o porte de armas,
pois o autor do ataque tinha permissão para o
uso de uma arma semiautomática.
Em outubro de 2018, um estudante matou 19 pessoas
antes de cometer suicídio em um instituto de Kerch,
uma cidade da península ucraniana da Crimeia,
que a Rússia anexou em 2014. As autoridades afirmam
que desmantelaram nos últimos anos dezenas de
planos de ataques contra centros de ensino, normalmente
por parte de adolescentes.
Em fevereiro de 2020, as forças de segurança prenderam
dois jovens, nascidos em 2005 e de nacionalidade
russa, que eram muito ativos em fóruns virtuais
com a apologia do assassinato e do suicídio.
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