SÃO
PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um garoto de 7 anos morreu
após ser atropelado na calçada em frente de casa,
onde brincava, por volta das 18h30 de domingo
(19), na cidade de Cosmópolis (135 km de SP).
Uma vizinha da criança, de 38 anos, foi presa
por dirigir o veículo, sem habilitação. Ela teria
bebido, de acordo com a polícia.
A Polícia Civil também investiga o atropelamento
e morte de dois homens em uma moto na avenida
Cupecê, em Cidade Ademar, zona sul da cidade São
Paulo, por volta da 1h20 deste domingo (19). O
motorista do carro disse aos policiais que suspeitou
de tentativa de roubo e reagiu jogando o carro
contra a moto.
O pai de Alex Lacerda Pereira, o montador Jorlam
Pereira de Sousa, 36 anos, testemunhou o acidente
que matou seu filho, conforme relatou ao Agora,
da Folha de S.Paulo.
Segundo o pai, o garoto brincava de carrinho,
na calçada em frente de casa, como costumava fazer
aos fins de semana. Os dois aguardavam o retorno
da mãe, que trabalha vendendo cachorro quente
na região.
"Estava tudo tranquilo na rua, até que o
carro [guiado pela mulher presa] virou a esquina.
Ele [veículo] estava devagar, mas de repente acelerou
e foi para cima de meu menino. Ele foi arrastado
e ficou prensado na parede", disse o montador.
A mulher, cuja defesa não havia sido localizada
até a publicação desta reportagem, não teria conseguido
dar marcha a ré, após atropelar a criança. Por
isso, o próprio pai de Alex assumiu o volante
e retirou o carro de cima de seu filho.
"Não houve tempo de reação. [O acidente]
pegou todo mundo no susto. Quando consegui tirar
o carro vi que meu filho já estava morto. Passei
a mãos nas costas dele e vi que não batia mais
[o coração]. Vi que ele já tinha ido [morrido]",
afirmou o pai da criança, com a voz embargada.
Após o acidente, ele acrescentou que as pessoas
da rua ficaram revoltadas, fazendo com que a suspeita
fosse retirada do local para não ser agredida.
Socorristas confirmaram oficialmente a morte de
Alex ainda no local do acidente. Ele sofreu trauma
no crânio, segundo registros policiais.
A Guarda Municipal de Cosmópolis foi acionada
até a rua José Zacarias, onde ocorreu o atropelamento,
e levou a motorista e o pai de Alex para a delegacia.
Alex Lacerda Pereira, de 7 anos, morreu após ser
atropelado em frente de casa, por volta das 18h30
desta domingo (19), em Cosmópolis, no interior
paulista. Uma vizinha da criança, de 38 anos,
guiava o veículo.
Na delegacia, a motorista afirmou em depoimento
que tanto o freio de pé, quando o de mão, teriam
falhado na descida, fazendo ela perder o controle
do GCM Celta prata que dirigia.
Porém, peritos testaram os freios após o acidente
e constataram que os dois funcionavam normalmente,
de acordo com registros da delegacia de Cosmópolis.
"Há relatos de que a autora tenha consumido
álcool no decorrer do dia [do atropelamento]",
diz trecho de boletim de ocorrência.
Por causa disso, uma amostra de sangue foi recolhida
da mulher, para verificar o quando de álcool ela
eventualmente consumiu. Nenhum resultado havia
sido divulgado até a publicação desta reportagem.
A motorista foi indiciada por homicídio culposo,
ou seja, sem intenção de matar. Ela seria submetida
a uma audiência de custódia, nesta segunda-feira
(20).
O TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) não
havia se posicionado sobre a audiência até o fim
da manhã desta segunda-feira.
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CRIANÇA
SORRIDENTE E BRINCALHONA
O pai de Alex afirmou que o filho é o mais velho
de quatro crianças. O garoto deixa um irmão de
6 anos, além de duas irmãs, de 2 e de 1 ano.
"Ele sempre gostou de brincar de carrinho,
sempre levava dois e até três na mão. Eu já estava
pensando em dar de presente para ele, no próximo
ano, um carrinho movido a combustão, de tanto
que ele gostava", afirmou o montador.
De origem humilde, vindo do Tocantins, Pereira
mora em São Paulo desde 2008. Ele acrescentou
que Alex sentiu na pele alguns momentos de aperto,
mas sempre mantendo o sorriso no rosto. "Teve
uma época em que a gente só comia arroz e feijão.
Ele nunca reclamou e estava sempre sorrindo e
feliz."
Apesar das dificuldades, o montador conseguiu
se formar em um curso de bacharelado em química,
no ano passado, em Presidente Prudente (558 km
de SP). Com o diploma em mãos, ele pretende voltar
para o Tocantins, até o fim de 2022. "O Alex
estava muito animado para se mudar. Ele falava
bastante disso", afirmou o pai do menino.
A família acompanhou o químico recém-formado até
Prudente, retornando com ele para Cosmópolis no
ano passado.
Alex estava aprendendo a ler e escrever, deixando
o pai orgulhoso da evolução do garoto. "As
últimas palavras que ele escreveu foram boca e
bota. Ele estava aprendendo rápido a identificar
as palavras. Era um bom aluno, obediente",
disse ainda, acrescentando que pretendia mais
para a frente ensinar o filho princípios de mecânica,
por causa do grande interesse da criança em carros.
Instantes antes do atropelamento, Pereira afirma
ter brincado de fazer cócegas na barriga do filho,
brincadeira que o divertia. "Essa é a última
lembrança que tenho dele com vida."
O corpo de Alex não havia sido liberado pela IML
(Instituto Médico Legal) até a publicação desta
reportagem. A família pretende sepultá-lo em Cosmópolis.
Fonte:
Notícias ao Minuto.
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