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Energia
elétrica: nos últimos meses, cada consumidor de energia
tem bancado, mensalmente, o custo pesado das chamadas
"bandeiras tarifárias". (mspoli/Getty Images) |
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Conta
de luz vai subir 21% em 2022 com crise hídrica,
prevê Aneel |
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Órgão
regulador fez uma projeção sobre o impacto financeiro
que a atual crise hídrica terá sobre a conta de
luz em todo o país, devido às medidas que foram
adotadas para garantir o abastecimento de energia. |
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17/11/2021 |
Continua Depois da
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O
aumento no preço da conta de luz não dará trégua
ao consumidor no ano que vem. O reajuste que documentos
oficiais do governo e do próprio setor elétrico
preveem é superior a 20% em 2022, uma alta que
vai turbinar ainda mais a inflação e corroer a
renda do cidadão.
O Estadão teve acesso a um documento interno da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitido
na sexta-feira, 5, no qual o órgão regulador faz
uma projeção sobre o impacto financeiro que a
atual crise hídrica terá sobre a conta de luz
em todo o país, devido às medidas que foram adotadas
para garantir o abastecimento de energia. A conclusão
é trágica.
"Nossas estimativas apontam para um cenário
de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de
21,04%", diz o texto. Considerando dados
da própria Aneel, o reajuste acumulado neste ano
só para o consumidor residencial chega a 7,04%,
ou seja, o aumento projetado para o ano que vem
praticamente triplica a alta de 2021. Em 2020,
o aumento médio foi de 3,25%.
Nos últimos meses, cada consumidor de energia
tem bancado, mensalmente, o custo pesado das chamadas
"bandeiras tarifárias", uma taxa extra
que é incluída na conta de luz para pagar o acionamento
das usinas térmicas, que são bem mais caras que
as hidrelétricas. Isso tem ocorrido por causa
da falta de chuvas e do esvaziamento dos principais
reservatórios do País.
Uma das principais razões de se fazer essa cobrança
mensal do consumidor é evitar que essas contas
fossem pagas depois, nos reajustes anuais, como
acontecia antes. Ocorre que nem mesmo as bandeiras
tarifárias têm conseguido cobrir o rombo atual.
Após analisar as projeções de geração de energia
e os custos previstos - incluindo informações
do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE) -, a área técnica da agência reguladora
concluiu que, até abril de 2022, as "melhores
estimativas" apontam para um rombo de RS
13 bilhões, "já descontada a previsão de
arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar
escassez hídrica no período", ou seja, o
nível mais alto de cobrança da taxa extra.
O acionamento de tudo quanto é usina térmica no
País não é o único fator que explica o rombo financeiro
do setor elétrico e que terá de ser quitado pelo
cidadão. Outra fatura estimada em mais R$ 9 bilhões
que será paga pelo consumidor tem origem nas contratações
"simplificadas" de energia feitas pelo
governo no mês passado. Trata-se de uma "energia
de reserva" que será entregue a partir de
maio do ano que vem, para dar mais segurança e
evitar o racionamento.
Os reajustes são puxados ainda pelo aumento de
importação de energia, por meio de contratos firmados
com Argentina e Uruguai. Como os reajustes de
tarifas são feitos anualmente pela Aneel, após
analisar os custos de cada distribuidora de energia
do País o porcentual de aumento varia de Estado
para Estado.
O aumento do preço da energia, somado à alta dos
combustíveis e do gás de cozinha, são os fatores
que mais afetam a inflação no País e massacram
a renda da população, porque seus impactos são
disseminados em todo tipo de consumo, seja das
famílias ou de empresas.
Fonte:
Exame, Por Estadão Conteúdo |
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