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Maria
van Kerkhove, da Organização Mundial de Saúde,
lembra que a vacinação por si só não é suficiente
para travar a propagação do vírus e apela a que
sejam tomados cuidados extra durante os festejos
da quadra natalícia. |
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14/12/2021 |
Continua Depois da
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Maria
van Kerkhove, chefe técnica da Organização Mundial
de Saúde, alerta, em entrevista ao El País, disse
que para um Natal em segurança "a vacinação,
só por si, não é suficiente", pedindo aos
cidadãos que sejam "extremamente cautelosos"
nos encontros familiares.
"Não
há risco zero, mas pode ser reduzido se todos
forem vacinados, se fizerem um teste de antígeno
antes de ir, se as atividades forem ao ar livre,
se garantirem uma boa ventilação e se limitarem
o número de pessoas", aconselhou a responsável.
Questionada sobre a propagação da variante Ômicron
no Reino Unido, a epidemiologista realçou que
o mundo enfrenta "um tsunami de infecções,
tanto da variante Delta [a variante dominante
nos últimos meses] como da Ômicron" e deixou
uma mensagem aos governos para que atuem neste
momento.
"Não esperem para agir. E não me refiro a
confinamentos. Antes de começar a ver as hospitalizações
aumentarem usem máscaras, facilitem o teletrabalho,
limitem o contato com outras pessoas, evitem reuniões,
invistam na ventilação, aumentem a vigilância
de genomas de vírus e preparem os hospitais. Esta
é a hora de agir contra a variante Delta também,
porque também ela está causando estragos",
disse.
Maria van Kerkhove lembrou que, tanto na Europa,
como no resto do mundo, há muita gente vulnerável
que ainda não completou a vacinação contra a Covid-19.
"Esse é o grande problema, seja qual for
a variante", frisou, apelando à vacinação,
mas insistindo que são precisas outras medidas
para conter a propagação do vírus, tendo em conta
que a inoculação previne doença grave e morte,
mas não completamente infecção.
Concretamente sobre a nova variante de preocupação,
a especialista assinalou que ainda é cedo para
tirar conclusões sobre se a infecção causa doença
leve - porque a informação ainda é muito limitada
- , mas referiu que se que espera que a Ômicron
consiga escapar da resposta imune, até certo ponto.
"Mas isso não significa que as vacinas sejam
inúteis. Significa apenas que nos podem não proteger
tanto quanto vimos contra a Delta", acrescentou,
reforçando o apelo à vacinação.
Mesmo que a doença causada pela Ômicron seja mais
ligeira, isso não será propriamente uma boa notícia,
no entender da especialista da OMS. "Se tiver
uma maior transmissibilidade e houver um grande
número de casos, (...) isso vai traduzir-se num
maior número de hospitalizações. E um maior número
de hospitalizações num sistema já sobrecarregado
conduzirá a mais mortes", alertou, lembrando
que uma ou duas pessoas em cada 10 infecções levarão
a casos de Covid-19 persistente, de acordo com
algumas estimativas.
Por fim, a responsável considerou que 2022 tem
de ser o ano em que o mundo acaba com pandemia
e que isso está nas nossas mãos, como sempre esteve
desde o início.
"Temos de acabar com esta pandemia. Precisamos
de diminuir a transmissão até níveis baixos, baixar
a doença grave com a vacinação e chegar a um tratamento.
2022 tem de ser o ano em que o conseguimos",
disse, considerando que não está a ser feito o
suficiente para se chegar perto do fim da pandemia.
"Precisa ser feito muito mais. E isso não
pode ser feito após as férias ou em dois meses.
Tem que ser feito agora e todos os dias",
finalizou.
Fonte:
Noticias ao Minuto
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