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Deputado
fala de sucessão estadual e reconhece a “inteligência”
de ACM Neto |
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17//02/2022 |
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“O
futuro governador, na minha ótica, será o senador
Jaques Wagner”
“Há obras do governo federal, em Ipirá, sem utilidade,
uma vergonha “
“Lídice pode pleitear também, é um direito dela
de se lançar vice na chapa “ |
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Prefeito
de Ipirá por duas vezes e em seu décimo mandato
seguido como deputado estadual, Jurandy Oliveira
(PP) deve, enfim, se aposentar da vida pública.
“Quero agora passar o legado para meu filho”,
afirma. Aliado de sucessivos governos, ele ainda
sonha com grandes obras de infraestrutura em sua
região. “Espero ainda conseguir no fim”, diz.
Nesta entrevista, também transmitida pela TV Alba
(canal aberto 12.2 e 16 na Net), Oliveira também
fala de sucessão estadual e reconhece a “inteligência”
de ACM Neto. “Onde chega é ‘coqueluche’”. Mas
é enfático: “grupo forte é o que apoia Jaques
Wagner”.
Mesmo com tanta história
política, o senhor consegue definir qual foi sua
principal conquista em benefício dos eleitores?
Essa conquista a gente sente diuturnamente em
contato com a população, quando alguém lhe agradece
por alguma coisa que você fez de necessário, de
útil, quando usou a verba pública para melhorar
a vida das pessoas. Você se sente realizado por
ter podido contribuir. Todos sentimos felizes,
aqueles que trabalham com seriedade para a melhoria
do próximo, que é o objetivo da política. Inclusive
eu tenho dito: quem não gosta de gente que não
faça política, porque só se faz política com gente
e para gente para melhorar a vida do povo.
Nesse contexto de melhorar
a vida da população e diminuir a desigualdade
social, o senhor luta por quais causas específicas?
A principal bandeira é a educação. Nós temos o
exemplo de nações do mundo que melhoraram através
da educação. Temos vários gestores interessados,
inclusive o governador Rui Costa, mas é preciso
muito sacrifício, preparar a sociedade pra entender
que sem a educação não se vai para lugar algum.
É preciso educar o povo pra saber discernir o
bem do mal. Um povo educado vai saber, por exemplo,
da minha história, o que eu tinha, o que tenho,
como foi feito, se fulano era pobre, se ficou
milionário, não teve empresa. O povo educado vai
saber analisar isso. Porque tem gente que arrota
grandeza e, em verdade, se apertar, a sujeira
vem em cima. Tenho dito, inclusive, que quando
um deputado lhe procurar em busca de apoio, procure
ver como ele é na cidade dele. Se não é bem, não
vai ser bem para o Estado e para o País. Tenho
sugerido isso aos amigos, que analisem a história,
procurem ver como é que ele se conduziu, qual
a história que ele ficou milionário sem ser empresário
ou mesmo empresário mas com certas vantagens.
E é preciso que o povo se eduque pra saber discernir
uma coisa da outra pra não continuar o País como
nós estamos.
O senhor é natural
de Ipirá e quais são as principais demandas do
município e região que ainda merecem uma atenção
maior do governo e da sua própria atuação parlamentar?
São várias demandas. Todo
município tem muita demanda. São insaciáveis as
demandas dos municípios. Todavia, nós somos vizinhos
a Itaberaba. Desde o tempo do governador Paulo
Souto que eu dizia: “rapaz, vamos dar mais atenção
a Ipirá”. Naquela época, por questões políticas,
o governo concentrava as forças em Itaberaba.
Ipirá foi preterido. Itaberaba recebendo sempre
milhões em investimentos e em Ipirá a gente com
dificuldade. E a votação do governo em Ipirá é
maior do que a de Itaberaba. Itaberaba é metrópole.
Ipirá é um município grande, interior com muitos
distritos. Mas não visam Ipirá como um município
de peso, e levamos desvantagem nisso. É muita
luta pra gente conseguir não uma igualdade, mas
pelo menos uma aproximação com Itaberaba.
Luta para conseguir
exatamente o quê?
Obras importantes, de infraestrutura.
Como nossa população é espalhada pelo interior,
devíamos ter em cada distrito uma obra importante
e também para a sede do município. Confesso que
não tenho conseguido chamar atenção das autoridades
para as grandes obras que Ipirá carece. Mas espero
ainda conseguir no fim. O povo de Ipirá não entende
porque Itaberaba recebe o apoio de milhões e a
gente está lá com pouca coisa, pequenos investimentos.
Até peço perdão ao povo de Ipirá. Tenho lutado
muito, mas a dificuldade é grande e nem sempre
a gente tem força pra ser ouvido. Recebo críticas
por não ter levado grandes obras para lá. Mas
não levei porque não consegui. Nunca fui governo,
sempre fui aliado. E quem é aliado tem uma ajuda
mas não é o foco. O foco é quem é governo.
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Qual
vai ser seu papel nas eleições deste ano, especialmente
em relação ao esforço do governo Rui Costa de
fazer um sucessor?
Continuar. Inclusive, estou pedindo audiência
para o futuro governador que, na minha ótica,
será o [senador] Jaques Wagner, e, naturalmente,
quero pedir a ele que haja uma compensação, um
tratamento especial em Ipirá, pra ver se a gente
tira essa diferença. Algumas obras importantes
que nós possamos fazer. Agora mesmo o governo
autorizou fazer um prédio escolar muito grande,
mas nós precisamos de muita obra de infraestrutura.
Inclusive, passando pelo interior do município,
me surpreendi com umas obras do governo federal.
Obras fictícias. Passagem de água onde não tem
chuva, não tem riacho. Aquele dinheiro era pra
ser revertido em benefício da estrada, com cascalho,
melhoria, mas não. Obra do governo federal sem
utilidade nenhuma. Uma vergonha. Onde passa a
água não fizeram. Não há um planejamento, a preocupação
de beneficiar o povo.
Como o senhor avalia
a possível e esperada polarização entre Jaques
Wagner e o ex-prefeito de Salvador ACM Neto na
disputa pelo governo da Bahia?
Estou no grupo de Jaques Wagner, tenho interesse
na eleição dele porque acho que é o melhor para
a Bahia pela sua experiência, mas, claro, temos
adversários também com quem não se pode brincar.
O ex-prefeito de Salvador é um jovem, inteligente
também, onde chega é “coqueluche”. Mas a minha
confiança é que nosso grupo é forte, temos grandes
líderes. Acho que o ex-prefeito não tem um grupo
forte para combater o nosso. De qualquer maneira,
não se pode negar que é uma candidatura viável
também. Agora, com desvantagem pra conquistar
a administração estadual, porque temos, realmente,
um patamar muito maior de luta política, de líderes.
Jaques, Rui, Otto Alencar, João Leão. Do outro
lado, ACM Neto. Sem nenhum demérito, porque em
Feira de Santana ACM Neto tem o nosso Zé Ronaldo,
que também é um líder. Mas eu digo: grupo forte
mesmo hoje é o que apoia Jaques Wagner.
Alguns partidos da base
aliada defendem a quebra o tripé formado por PT,
PSD e PP na chapa majoritária, cuja manutenção
é defendida por seu grupo político para as próximas
eleições. Qual recado o senhor tem pra esses partidos
que pleiteiam espaço na chapa?
Sim, tem aí o PSB, partido de base que tem no
comando [a deputada federal] Lídice de Mata, uma
história na Bahia, que poderia também pleitear.
É um direito de todos pleitear. Há seis meses
ou um ano atrás que João Leão vem dizendo que
ele será governador ou agora ou depois. É um pleito
de cada partido. É um direito de cada partido
pleitear, participar da chapa majoritária. De
maneira que é possível, a coisa ainda está se
formando.
Mas o senhor vê clima para
se desfazer esse tripé?
Meu amigo, a gente às vezes não vê na política
e acontece. A gente não enxerga e vê uma surpresa.
Eu acho difícil sair desse tripé, mas não impossível.
Eu repito: a deputada Lídice da Mata tem história,
tem um partido consolidado e, quiçá, ela pode
pleitear também, é um direito dela de se lançar
vice na chapa. E se fosse Lídice, uma pessoa fabulosa,
seria uma boa chapa também.
O PCdoB também tem pleiteado
uma vaga.
Todos que compõem a base têm direito a pleitear.
Não é pecado nenhum alguém pleitear que seu partido
faça esse ou aquele cargo.
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Em
nível nacional, o ministro Ciro Nogueira, da Casa
Civil, tem dito que a aproximação do PP com o
Governo Federal fez bem para o partido, porque
significou mais dinheiro de emendas a seus deputados
e senadores e mais obras nas bases parlamentares.
Ao mesmo tempo, o PP libera o apoio a Lula...
É a necessidade de todos de ganhar, de ter vitória.
Inclusive, nós tivemos a notícia fabulosa de que
o nosso amigo [Cláudio] Cajado assumiu a presidência
nacional do PP. Isso é um gol para o PP da Bahia.
O Cajado, que é nosso companheiro, deputado federal.
Inclusive, estamos apoiando ele em Ipirá. É um
reforço para o PP com respaldo nacional. De maneira
que essas coisas em política são viáveis, discutíveis
e possíveis. Em política é difícil de ser coisa
impossível. Coisa que a gente nunca imagina acontece.
Agora mesmo estamos tendo a notícia de meu querido
amigo [deputado federal] Marcelo Nilo com tendência
de ir para o grupo carlista. É política, entendimento.
Cada um tem que tomar a posição de independência
que achar conveniente. Eu gosto muito de Marcelo,
é grande amigo e ele pode até se eleger ao Senado.
Mas o governo é nosso.
O sonho do PP em Brasília
é ser vice de Bolsonaro?
Ser vice na chapa de Bolsonaro é um perigo. O
Bolsonaro, por mais sacrifícios que faça, para
o povo da Bahia e do Brasil já está na cabeça
que o velho Lula tem que voltar. Então, ser vice
de Bolsonaro aparece, mas não pra pagar a eleição.
Eu acho difícil.
Falando em partido, deputado,
o senhor hoje está no PP mas, ao longo de sua
história, já passou por mais de dez siglas. Partidos
de direita, centro, mais à esquerda. Por que tanta
mudança?
Em tempo nenhum me arrependo. Eu cheguei no décimo
mandato e nunca fui governo. Só fui governo com
João Durval, que era PFL e na época fui eleito
pelo PFL. Só. De lá pra cá eu sempre fui aliado.
E como aliado a gente não tem o mesmo direito,
não participa da mesma situação de quem é do partido,
o que é justo. O aliado não é o construtor. Então,
acho que, se eu queria servir à Bahia, se eu queria
continuar com mandato de deputado, eu tinha que
ter visão do que era possível. Por exemplo: o
partido precisa de 60 mil votos e a lei permitia
que eu fosse para o partido B, que precisava de
30 mil votos. Seria muita burrice minha ficar
no partido que precisasse de 60 se eu não inaugurava
obra, estrada, prédio, não tinha obra do governo.
Não tinha como chegar lá. Então, eu era acessível
a participar de partidos que me dessem condição
de ir adiante, senão não estaria na décima eleição.
E o senhor tem a pretensão
de caminhar para o décimo primeiro mandato?
Não. Estou apresentando o meu filho Marcelo Oliveira,
que foi diretor aqui [na Assembleia Legislativa],
da Cerb, da Desenbahia e hoje é presidente da
Bahia Pesca, onde faz um trabalho técnico extraordinário.
Vou tentar passar esse legado, uma parte, porque
ele também tem o trabalho dele. Vou tentar fazer
com que ele continue servindo à Bahia, até porque
vou continuar no gabinete dando apoio às ações
dele, orientação. Estarei lá se Deus me permitir
e o povo da Bahia aceitar.
Fonte:
A Tarde | 17/02/2022
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