Luísa
Lopes, de 24 anos, morreu após ser atropelada em Vitória
— Foto: Reprodução/Redes sociais
‘Eu
estourei a cabeça dela porque ela passou na
minha
frente’, diz motorista que atropelou modelo
de 24 anos
Adriana
Felisberto Pereira, 33 anos, foi levada para o
presídio por dirigir embriagada, segundo policiais,
mas liberada mediante alvará. Luísa Lopes, 24
anos, morreu após ser atropelada quando andava
de bicicleta na Avenida Dante Michelini.
18/04/2022
Continua Depois da
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Em
um vídeo gravado momentos depois do atropelamento
que matou a ciclista Luísa Lopes, de 24 anos,
na noite desta sexta-feira (15), em Vitória, a
motorista do veículo envolvido aparece conversando
com policiais que atenderam à ocorrência. Ao ser
questionada por um deles se tinha consciência
do atropelamento, Adriana Felisberto Pereira,
de 33 anos e que é corretora de imóveis, respondeu:
"Eu
tenho (consciência do que aconteceu). Quero meu
carro pra trabalhar e olha como meu carro está".
Na sequência, a corretora de imóveis é advertida
por uma policial, que diz: "A senhora está
preocupada com o carro, você acabou de estourar
a cabeça de uma menina. Então, pelo menos, fique
em silêncio". Adriana, por sua vez, responde:
"Eu estourei a
cabeça dela porque ela passou na minha frente."
Adriana foi levada ao presídio por dirigir embriagada,
segundo policiais. No entanto, na audiência de
custódia, a Justiça decidiu liberá-la para que
responda ao processo em liberdade. No documento
da audiência, o juiz disse, com base no auto de
prisão em flagrante registrado, que os policiais
teriam recebido informações no local do acidente
de que a vítima teria sido atropelada por outro
carro e arremessada contra o automóvel de Adriana.
Uma fiança de R$ 3 mil foi estipulada e ela não
poderá deixar a Grande Vitória e frequentar bares
e boates. O valor inicial fixado para a fiança
havia sido de R$ 5 mil, mas depois, na audiência
de custódia, foi reduzido para R$ 3 mil.
O g1 ligou para o telefone do advogado que aparece
no termo de audiência de custódia, mas ele não
atendeu.
O atropelamento
Na noite desta sexta-feira (15), Luísa Lopes,
que era modelo, estudante de Oceanografia e passista
da escola de samba Unidos de Jucutuquara, atravessava
uma faixa de pedestres quando foi atingida pelo
carro. Ela foi arremessada para cima do veículo
e arrastada, morrendo no local momentos depois
de receber atendimento.
As polícias Civil e Militar não esclareceram até
o momento se o sinal estava fechado para a vítima
ou para a motorista. Policiais militares que estiveram
no local do acidente acreditam que o veículo estivesse
em alta velocidade.
Antes do atropelamento, Adriana esteve em um bar
com a irmã, que estava com ela no carro. Policiais
apontaram sinais de embriaguez na corretora, mas
ela negou ter ingerido bebida alcóolica.
"Eu estava no bar
com a minha irmã e ela estava bebendo. Eu bebi
água", disse ela.
A corretora se recusou a fazer o teste do bafômetro.
Ao ser questionada pela reportagem sobre a recusa,
ela respondeu: "Porque eu não preciso fazer".
Quando esteve no Departamento Médico Legal (DML),
a motorista não quis falar com a reportagem e
entrou no local em silêncio.
Modelo
morreu após ser atropelada por motorista enquanto
andava de bicicleta em Vitória — Foto: Reprodução/TV
Gazeta
Durante
o velório de Luísa, neste sábado (16), a coordenadora
da ala de passistas da Jucutuquara, lamentou a
morte da amiga.
"Ao mesmo tempo
que ela era muito meiga, simples, ela era um furacão
por onde passava. Por onde ela andava, ela espalhava
alegria, felicidade. Não está sendo fácil para
a gente. É uma dor não só de saudade, mas de revolta
de como tudo aconteceu. Ela era muito nova pra
deixar a gente, a família, os amigos, os sonhos
que ela queria para vida dela", disse, emocionada.
O pai da modelo, Ivan Lopes, contou que a filha
fazia inglês e estava terminando o curso de Oceanografia.
Ela planejava morar no Canadá.
"Os sonhos dela
foram interrompidos", lamentou Ivan
Luísa
Lopes era passista da Unidos de Jucutuquara —
Foto: Reprodução/TV Gazeta