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Como
regra, os candidatos que terminaram na frente
no primeiro turno têm maior chance de ser eleitos,
mas a vitória é bem menos certa em alguns estados,
como Mato Grosso do Sul e Pernambuco. |
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14/10/2022 |
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(FOLHAPRESS)
- A probabilidade de Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) ser eleito neste ano é de 76,7%, o que
deixa a Jair Bolsonaro (PL) uma chance de virada
de 23,3%, mostra uma fórmula desenvolvida para
prever o desfecho do segundo turno com base
nos resultados do primeiro.
Criado pelos cientistas políticos George Avelino,
Guilherme A. Russo e Jairo T. P. Pimentel Junior,
do Centro de Política e Economia do Setor Público
da FGV-SP, o modelo tem taxa de acerto elevada
e funciona também para disputas estaduais e
municipais.
Considerando o ano de 2018, por exemplo, o cálculo
do trio apontou corretamente o favorito em 13
dos 15 pleitos que foram para o segundo turno,
incluindo o presidencial –os erros ocorreram
em Roraima e Santa Catarina.
O desempenho é semelhante ao das pesquisas de
intenção de voto realizadas pelo Ibope na véspera
do segundo turno, que também cravaram o favorito
em 13 das 15 disputas daquele ano.
A diferença, argumentam os pesquisadores, é
que a pesquisa de intenção de voto tem um custo
alto e só atinge essa precisão um dia antes
de os eleitores irem às urnas, enquanto a fórmula
deles é gratuita e pode ser aplicada tão logo
se apuram os resultados do primeiro turno. Assim,
eles já são capazes de apresentar os favoritos
em todas as corridas estaduais ainda em aberto
neste ano.
Como regra, os candidatos que terminaram na
frente no primeiro turno têm maior chance de
ser eleitos, mas a vitória é bem menos certa
em alguns estados, como Mato Grosso do Sul e
Pernambuco.
No primeiro caso, Capitão Contar (PRTB) tem
apenas 51,7% de chance de vencer, contra 48,3%
de Eduardo Riedel (PSDB). Os mesmos percentuais
se repetem na competição pernambucana, com leve
favoritismo de Marília Arraes (Solidariedade)
sobre Raquel Lyra (PSDB).
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Na
outra ponta, em Alagoas, Paulo Dantas (MDB),
alvo recente de operação da Polícia Federal,
surge com 89,7% de chance de vitória, contra
apenas 10,3% de Rodrigo Cunha (União Brasil).
É quase a mesma vantagem de Wilson Lima (União
Brasil) sobre Eduardo Braga (MDB) no Amazonas:
89,6% contra 10,4%.
Segundo os pesquisadores, a corrida pelo governo
de São Paulo tem cenário parecido com a disputa
presidencial, mas com inversão dos polos. A
maior probabilidade de vitória (74%) está com
Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato
de Bolsonaro, enquanto Fernando Haddad (PT),
apoiado por Lula, fica com 26%.
Para chegar a esses percentuais, Avelino, Russo
e Pimentel utilizam uma equação que leva em
conta só dois aspectos: percentual de votos
válidos recebidos pelo líder do primeiro turno
e diferença em relação ao segundo colocado.
Enquanto desenvolviam o modelo, eles analisaram
128 disputas presidenciais de segundo turno
em 44 países, incluindo o Brasil, e 287 segundos
turnos em pleitos estaduais e municipais brasileiros.
Com base nas eleições regionais, examinaram
outras variáveis, como tentativa de reeleição,
características demográficas, perfil dos candidatos
e distribuição dos votos entre os derrotados
no primeiro turno. Descobriram que nada disso
aprimorava a capacidade de previsão da fórmula.
Em artigo de 2020, argumentam que há bons motivos
para a equação funcionar, a despeito de sua
simplicidade.
Afirmam, por exemplo, que os resultados do primeiro
turno já incorporam as especificidades das campanhas
e que é muito raro haver mudança de voto entre
o líder e o segundo colocado da disputa.
Segundo o trio, dados de pleitos brasileiros
mostram que só 6% dos eleitores em corridas
presidenciais e estaduais mudaram de opção entre
os dois candidatos que passaram para o segundo
turno. Mas, como a migração ocorre nos dois
sentidos e com frequência aproximada, seu efeito
tendo a ser desprezível.
Avelino, Russo e Pimentel lembram que os eleitores
em tese disponíveis para o segundo colocado
votaram em derrotados no primeiro turno ou se
abstiveram. E que é difícil mobilizar todo esse
contingente para o segundo turno.
Notícias
ao Minuto – Fonte:
FOLHAPRESS, por Uirá Machado |
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