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(g1)
- Segundo a Polícia Civil, os crimes aconteceram
em novembro de 2023. Após a adolescente contar
que havia sido estuprada pelo irmão paterno,
os pais da garota a culparam pelo abuso, bateram
nela e a acorrentaram para que ela admitisse
que havia consentido a relação sexual.
"[Os pais] bateram
muito nas pernas, no tronco… Os pais exigiam
que ela falasse a verdade que eles acreditavam
— que ela tinha consentido a relação com o irmão
—, quando, na verdade, o fato foi um estupro",
disse o delegado Geraldo Costa.
A vítima permaneceu uma semana acorrentada,
sendo agredida, ameaçada e xingada enquanto
era monitorada por uma câmera de segurança.
Ela só era solta para limpar a casa, tomar banho
e usar o banheiro, sendo acorrentada novamente
em seguida, segundo a investigação.
Ainda de acordo com o delegado, os pais só acreditaram
na versão da filha cerca de duas semanas após
o crime. "Eles procuraram a delegacia e
registraram o estupro, mas obrigaram ela a não
revelar que tinha sido acorrentada nem espancada,
já que as lesões tinham sumido", afirmou.
A situação de tortura à qual a garota foi submetida
só foi descoberta pela polícia porque a própria
mãe filmou e fotografou a filha acorrentada
à cama. Quando a adolescente foi liberada para
voltar à escola, ela pediu ajuda à diretora
da instituição, que a acompanhou para prestar
uma nova queixa.
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"A
menina conseguiu mandar as imagens do celular
da mãe para o celular dela e, quando ela retornou
à escola, pediu ajuda à diretora. Ela foi à
delegacia e foi feito um novo inquérito por
tortura, além do inquérito por estupro. A gente
deu andamento às investigações e conseguiu comprovar
a veracidade do que a adolescente falava",
declarou o delegado.
De acordo com o investigador, as imagens registradas
pela mãe da vítima eram chocantes e se assemelhavam
com "novela da época da escravidão".
Com a instauração do inquérito, o Conselho Tutelar
foi acionado, e a adolescente foi encaminhada
para morar com tias. Segundo a Polícia Civil,
os pais foram presos por tortura no início de
agosto.
O irmão da adolescente que a estuprou, por morar
com a família materna no interior do estado,
retornou à cidade onde vive logo após o crime.
De acordo com o delegado, ele foi preso por
estupro na segunda-feira (19) através de um
mandado de prisão preventiva. O nome do município
onde ele foi preso não foi divulgado
Fonte:
g1 PE | Publicado em 23/08/2024 |