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Relato
foi detalhado pelo namorado da vítima à Polícia
Civil, em Votorantim (SP). Ele chegou a ser preso,
mas vai ser investigado em liberdade. Defesa diz
que ele colabora com a investigação. |
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28/10/2021 |
Continua Depois da
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A Jovem que estava grávida de 27 semanas e morreu
após tentar abortar aplicando injeções na barriga
reclamou ao namorado de dores horas após o procedimento
(relembre o caso aqui). Os dois tinham comprado
um chamado "kit aborto" pela internet
por R$ 1.400.
O caso foi registrado na terça-feira (26), em
Votorantim (SP). Kevin Willians, de 22 anos, foi
preso em flagrante, mas será investigado em liberdade.
Ana Carolina Pereira Pinto, de 20 anos, morava
com os pais, que não sabiam da gestação, descoberta
pelo casal havia cerca de um mês. A defesa de
Kevin disse que ele colabora com a investigação
e que vai se pronunciar em momento oportuno.
O namorado detalhou o ocorrido em um interrogatório
à Polícia Civil. Segundo o registro, o casal não
estava brigado e mantinha um relacionamento havia
cerca de 2 anos. Contudo, um mês atrás a jovem
relatou que estava com sintomas de gravidez. Os
dois decidiram fazer um teste de farmácia, que
confirmou a gestação.
Na época, Ana marcou uma ultrassonografia. Foi
constatada a gravidez de 27 semanas de um menino.
Durante uma conversa entre os dois, ela citou
receio de prosseguir com a gestação e como contaria
à família sobre o filho.
Ambos chegaram ao consenso de não seguir com a
gestação, ainda com base no relato, por conta
da idade e “pouca e experiência”.
Segundo o namorado afirmou, a vítima teria feito
pesquisas sobre métodos abortivos. O rapaz relatou
que chegou a falar sobre risco, mas que ambos
concordaram com a compra da substância abortiva,
que foi realizada pela vítima, no valor de R$1.400,
via PIX.
A encomenda foi entregue na casa de Kevin. Os
dois, então, combinaram de achar um local para
aplicarem o produto. O lugar escolhido foi uma
pousada no bairro Campolim, na Zona Sul de Sorocaba.
O investigado detalhou que a vítima pegou as injeções
e disse que tinha medo de aplicar. Em seguida,
pediu ajuda ao namorado. Ainda de acordo com o
relato, foram quatro aplicações na barriga. A
"técnica" de como injetar o medicamento,
segundo o rapaz, foi explicada pela pessoa que
vendeu o produto à vítima.
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'Minha
barriga parece que vai explodir'
No dia seguinte, os dois foram trabalhar e, perto
do fim do turno, a jovem contou que sentia dores
de cabeça e cólicas. Ainda segundo o registro,
os sintomas pioraram com o passar das horas e
surgiram dores no estômago e vômitos.
Em determinando momento,
Ana contou a ele: "minha barriga parece que
vai explodir".
Segundo o relato do namorado à polícia, a vítima
o questionou sobre pedir ajuda aos seus pais,
e ele disse para manter a calma por achar que
a situação não era grave. Assim, a orientou para
não contar sobre o caso.
De acordo com o documento, a vítima insistiu em
falar sobre o problema com a família e o namorado
continuou pedindo para que não o fizesse. Os dois
estavam preocupados com o dia seguinte de trabalho.
Como eles entenderam que ela estava entrando em
trabalho de parto, o investigado afirmou à polícia
que sugeriu que namorada entrasse em contato com
a pessoa que vendeu o kit em vez de ir ao hospital.
Durante a conversa, sentindo dores, a vítima lhe
disse que a bolsa havia estourado, mas que não
teve resposta da pessoa.
Questionado sobre o momento que a vítima manifestou
que queria falar com os pais, Kevin disse que
estava nervoso. Ao fim da noite, conforme ele,
os dois conversaram rapidamente, mas a vítima
disse que não poderia falar e que tentava dormir.
Por volta das 4h de terça-feira (26), o namorado
de Ana recebeu uma ligação da sogra sobre a morte.
Procurado pelo g1, o escritório Miranda e Vieira,
que advoga para Kevin Willians, informou que irá
se pronunciar em outro momento.
"O mesmo está colaborando com a toda a investigação,
para que haja a apuração de todos os fatos e eventual
responsabilização pelos atos praticados e que
irá se pronunciar em momento oportuno."
Investigação
O rapaz foi preso em flagrante por crime contra
a vida, que foi provocar aborto com o consentimento
da gestante, e encaminhado para a delegacia de
Votorantim.
Em seguida, passou por audiência de custódia na
quarta-feira (27) e, como cedeu o aparelho celular,
está colaborando com as investigações e não tem
antecedentes criminais, foi solto e vai ser investigado
em liberdade, segundo a Polícia Civil.
Ainda segundo a polícia, a perícia vai apontar
qual foi a medicação usada pela jovem e vai periciar
o celular do jovem.
Fonte: G1, Sorocaba e Jundiaí
Por Carlos Henrique Dias
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