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A
tecnologia pode, no futuro, ajudar a diminuir
a emissão de gases de efeito estufa. |
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28/07/2022 |
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Cientistas brasileiros passaram a fazer parte
de um grupo muito restrito de pesquisadores que
produzem carne em laboratório.
Os cientistas trabalham com células tronco extraídas
de carne bovina, no microscópio, elas são vistas
de uma forma parecidas com folhas. Em laboratório,
as células recebem nutrientes que estão neste
líquido e se multiplicam.
"A gente precisa proporcionar
a elas um meio nutritivo similar ao que acontece
no organismo do animal. Então, a gente suplementa
esses meios, esse conteúdo líquido no qual elas
vão estar imersas, com aminoácidos, vitaminas,
proteínas, açúcares, uma composição ali que a
gente faz muito necessária pro crescimento celular",
explica a engenheira de alimentos Tatiana Nery.
As mesmas proteínas contidas na carne são encontradas
nas células, segundo os pesquisadores, e não é
necessário o abate de um grande número de animais
para extrair o material celular.
"A gente consegue produzir
uma quantidade de proteína indefinida com um pequeno
volume de células", diz Tatiana Nery.
Para acelerar a multiplicação, as células são
levadas um biorreator, onde ficam por quatro ou
cinco dias. Quando os pesquisadores conseguem
a quantidade necessária de células para fazer
uma pequena fatia de carne, começa a terceira
etapa do processo. |
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O
produto precisa ganhar forma, ficar parecido com
a carne que conhecemos. No computador, a equipe
define a estrutura, o formato e o tamanho da peça
que será produzida, e a tecnologia permite muitas
possibilidades.
Desta vez, a impressora 3D vai criar uma peça
semelhante a uma fatia de carne com camada de
gordura nas bordas. As células são combinadas
com biomateriais comestíveis que vão formar a
parte sólida da carne de laboratório. Na pesquisa,
está sendo usado um produto à base de quitosana,
extraída da casca do camarão. O vermelho que imita
a cor natural da carne vem de corantes naturais,
mas e o sabor?
"Nós vamos utilizar diferentes
ingredientes de origem natural para imitar o sabor
da carne. Esses ingredientes hoje já são utilizados
em diferentes alimentos disponíveis para o nosso
consumo, e para isso nós precisamos fazer uma
série de testes em laboratório para que a gente
possa aproximar ao máximo esse sabor e essa textura
da carne", explica a engenheira de matérias
Joasiane Dantas.
A carne produzida ainda não está sendo consumida
nem em testes. O Brasil não tem, por enquanto,
regulamentação para o consumo desse produto, ao
contrário de Singapura, que já aprovou a venda
de carne de frango de laboratório.
No Japão e em Israel as pesquisas também estão
mais adiantadas.
O diretor de tecnologia do SENAI CIMATEC, Leoni
Andrade, diz que a intenção não é substituir a
carne de verdade, principalmente a bovina, da
qual o Brasil é o maior exportador do mundo, mas
sim oferecer uma alternativa a mais para o mercado.
“Antes mesmo de termos 100% da
tecnologia dominada, já buscamos interagir com
indústria e empresas para que, em conjuntamente
com as mesmas, a gente faça essas etapas finais
de desenvolvimento para logo em seguida esses
nossos parceiros e clientes consigam colocar no
mercado”
Fonte:
G1 notícias, por Leone Andrade, Jornal Nacional |
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