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Segundo
o trabalho, atualmente, dor de cabeça, dor de
garganta e coriza são os sintomas mais associados
à variante Delta (originalmente detectada na Índia),
que já é prevalente no Reino Unido. |
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29/06/2021
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sintomas da covid-19 podem variar significativamente,
dependendo da variante do vírus Sars-CoV2 responsável
pela infecção, alerta estudo de Kings College,
de Londres, divulgado este mês. Segundo o trabalho,
atualmente, dor de cabeça, dor de garganta e coriza
são os sintomas mais associados à variante Delta
(originalmente detectada na Índia), que já é prevalente
no Reino Unido. Esses sintomas não eram comuns
na primeira onda da doença, quando a predominância
era da variante Alpha (do próprio Reino Unido).
No Brasil, embora não haja levantamento semelhante,
médicos da linha de frente do atendimento também
relatam mudança dos principais sintomas da doença
apresentados no início da pandemia, quando a predominância
era das variantes B.1.1.33 e B.1.1.28, e agora,
em que prevalece a Gama (P1), a variante de Manaus.
De acordo com os relatos brasileiros, os sintomas
associados à Gama são semelhantes àqueles da variante
indiana: dor de cabeça, dor de garganta e coriza.
Ou seja, algo bem parecido com um resfriado mais
forte.
"A covid está diferente agora, mais parecida
com um resfriado forte", resumiu o professor
de Epidemiologia Genética da Kings College, Tim
Spector, principal autor do trabalho britânico.
"As pessoas acham que estão com um mero resfriado
sazonal e continuam saindo, indo a festas. É importante
que as pessoas tenham em mente que os principais
sintomas relacionados à covid mudaram desde maio.
Agora, o principal sintoma é dor de cabeça, seguido
de dor de garganta, coriza e febre."
Até então, quando a predominância era da variante
Alpha, os principais sintomas de covid, segundo
autoridades sanitárias britânicas eram, nessa
ordem: febre, tosse e perda do olfato ou paladar.
A recomendação era para que quem apresentasse
pelo menos um desses sintomas deveria fazer um
teste para covid. Agora, no entanto, a variante
indiana responde por 90% dos casos entre os britânicos.
O mapeamento de sintomas no Reino Unido está sendo
feito desde março do ano passado por meio de um
aplicativo, chamado zoe, no qual os pacientes
relatam os sintomas. Já são mais de 4 milhões
de relatos. Os dados analisados pelo app mostram
que a tosse era o sintoma mais comum no início
da pandemia, com 46% dos pacientes relatando o
sintoma. Agora, foi superado por dor de cabeça
(66%), dor de garganta (53%), coriza (49%) e febre
(42%).
A variante indiana, já se sabe, é pelo menos 40%
mais transmissível que a alfa e apresenta o dobro
do risco de hospitalização. Além disso, as vacinas
disponíveis são um pouco menos eficazes, particularmente
após somente uma dose. Embora praticamente todos
os idosos estejam vacinados no Reino Unido, parte
dos jovens adultos ainda está parcialmente vacinada
ou não imunizada. No total, 2/3 das pessoas não
estão ainda totalmente protegidas. |
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Situação
no País
Um estudo feito no Brasil no ano passado listou
os sintomas mais comuns entre os brasileiros.
O levantamento feito pela Universidade Federal
de Pelotas (UFPel) envolveu 31.869 pessoas em
todos os Estados. Entre os mais citados aparecem
dor de cabeça, alterações de olfato e paladar,
febre, tosse e dor no corpo. No entanto, o estudo
não foi refeito este ano, de forma a considerar
a prevalência da Gama, de Manaus.
"O número de linhagens em circulação no País
é muito grande. No último levantamento, eram mais
de 3 mil linhagens", explicou a virologista
Paola Cristina Resende, pesquisadora da Rede Genômica
Fiocruz, que mapeia a dispersão das variantes
no País. "Mas o nosso foco são as chamadas
variantes de preocupação, ou seja, aquelas com
capacidade de transmissão maior, caso da P1, da
B.1.7 (do Reino Unido), da B.1.1.351 (da África
do Sul) e da B.1.617.2 (da Índia). A gente acredita
que, na competição com outras variantes, a P1
se sai melhor e por isso ela continua predominante
no Brasil." O mais importante, segundo os
especialistas, é que as pessoas não se exponham
e façam o teste para a covid-19 ao perceberem
sintomas. Enquanto a vacinação não avançar mais,
o uso da máscara e o distanciamento social são
as únicas formas de proteção.
1ª e 2ª onda
Segundo o virologista Fernando Spilki, da Universidade
Feevale, no Rio Grande do Sul, em termos de sintomas,
o grande diferencial entre a primeira e a segunda
onda da pandemia no País foi justamente o surgimento
da coriza. "No ano passado, quando o paciente
apresentava coriza, já podia, praticamente, descartar
covid", conta Spilki. "O problema é
que o indivíduo que está com uma coriza, um resfriado,
tende a se expor mais, ele não vai se resguardar
adequadamente."
A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz
também notou a diferença. "Tenho visto muita
gente com problemas na via aérea alta, como dor
de garganta e coriza, como se fosse alguma outra
virose."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:
Notícias ao Minuto
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