Não
se trata de um manifesto aos professores, mas
de uma escrita que poderá servir como esclarecedora
de alguns aspectos. Vi e ouvi de algumas pessoas
ligadas ao grupo dos macacos (agremiação da politicagem
de Ipirá), em voz grossa e carregada da mais absoluta
certeza, que:
“Esse PLANO DE CARREIRA E SALÁRIOS dos professores
acabou com a prefeitura de Ipirá, que não pode
dá mais emprego às pessoas do grupo e o salário
de um professor poderia servir para empregar umas
dez pessoas.”
É o mesmo que apontar os professores como os causadores
de todas as agruras que vivemos. A realidade dos
últimos meses tem mostrado uma situação totalmente
intrigante. Mais de seiscentos profissionais da
educação foram vítimas de um calote patrocinado
pelo ex-prefeito Marcelo Brandão. Ficaram sem
receber os salários do mês de dezembro do ano
passado.
O ex-prefeito MB foi seletivo, foi criterioso;
foi frio e desumano com os trabalhadores assalariados.
Deixou-os sem um tostão na conta. Cortou e diminuiu
o salário de outros tantos. Qual é o índice de
apreço e respeito do ex-gestor MB pelos trabalhadores
da Educação? Nenhum.
Qual é a melhor maneira de medir esse índice de
apreço e respeito? Colocando na fita um eleitor
do próprio MB, não um eleitor qualquer, mas um
eleitor apaixonado, cativo, de carteirinha, que
mata e morre pelo grupo dos jacus. Não pode ser
de outra forma. Mesmo assim, teve assalariados
da educação com esse nível de paixão que MB passou
o calote.
O ex-prefeito MB não deixou seus amigos do coração
e familiares sem salário. Você que não recebeu
o SEU salário não goza de maneira nenhuma, ou
da maneira que você pensava, da consideração do
ex-prefeito do grupo jacu. Eles não tiveram a
menor lembrança da sua pessoa na hora de fazer
o processo seletivo do pagamento, porque isso
não aconteceu jogando os nomes para cima e entregando-os
à sorte. Você foi esquecido, porque é pelo esquecimento
que você representa algo para as elites que comandam
o poder. Neste momento, essa dívida é do ente
público.
O que diz a Lei? “O pagamento do salário mensal
deve ser efetuado o mais tardar até o 5º dia útil
do mês subsequente ao vencido.” Já estamos há
quase dois meses e o prefeito Dudy ainda não solucionou
essa dívida da prefeitura. O prefeito atual tem
que resolver logo isso e não ficar jogando com
a barriga, porque a barriga dos trabalhadores
e seus familiares não suportam a demora do trâmite
dessa nova gestão, que demora de entrar em campo
na hora certa.
Quem diz que os salários da educação comprometem
as finanças da prefeitura, não enxerga que a máquina
pública de Ipirá é cara, com um prefeito (jacu
ou macaco) ganhando mais do que o prefeito de
Camaçari e quase o mesmo que o governador do Estado.
Não enxerga a sangria dos recursos públicos patrocinados
por essas empresas que perambulam no entorno do
Poder Municipal e que visualizam os cofres da
prefeitura com olho graúdo. É aqui que está o
X da questão.
Tem muita gente do poder (jacu ou macaco) querendo
desmanchar, desfazer e acabar com o Plano de Carreira.
Bote fé e não fique com a boca aberta esperando
a bucha de sena entrar. É necessário que se fique
alerta; sempre em alerta e com os ouvidos escancarados
para ouvir o menor barulho.
O Plano de Carreira é fruto da luta dos trabalhadores
e profissionais da educação, conduzida pela APLB-Sindicato,
delegacia Sertânea. Não caiu dos ares e não se
fez por mão-beijada, foi muito mais resultante
da valentia, da garra, da consciência dos trabalhadores,
na cobrança firme e inquebrantável diante da gestão
do ex-prefeito Ademildo Almeida.
Os sussurros são de certa forma uma ameaça. Os
assalariados da educação têm que dar as mãos para
contrapor aos avanços dos comilões da prefeitura
que questionam os salários dos professores como
uma coisa maléfica ao município de Ipirá. Muito
pelo contrário, o salário dos professores é regrado
e garantido pela legalidade da Lei. É um direito
conquistado. È um ganho honrado e fundamental
para o bem do município. Não compreendem assim,
aqueles que querem meter as mãos nos recursos
públicos do jeito mais promíscuo que lhes convém.
Todo cuidado é pouco. A ingenuidade não é boa
companheira nessas horas. Basta o momento em que
o professor vacila e não coloca no Poder Legislativo
pessoas que defendam os seus interesses sem pestanejar
e sem ficar hesitante. Esse conjunto de interesses
é uma briga de facão na sociedade e os detentores
do poder jogam na escuridão e na inconsciência
das pessoas.
É lastimável que pessoas pensem assim em relação
aos salários dos professores. A casa arrumada
significa respeito às leis e à dignidade dos trabalhadores.
Uma prefeitura organizada administrativamente
torna-se possuidora das condições de atendimento
às demandas da população local. Uma ‘casa à migué’
torna-se uma custódia às engrenagens maléficas
que pairam às escondidas e nas penumbras do poder.
Por
Agildo Barreto
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