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Dinheiro
na conta é sempre um bom sinal, certo?
Não. Ouvintes da Rádio Metrópole relataram,
na manhã de hoje (5), um golpe que tem
feito cada vez mais vítimas no Brasil.
Correntistas de diversos bancos (a exemplo
de Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, BMG
e C6) estão recebendo valores nas suas
contas e, com eles, a informação de que
obtiveram um empréstimo consignado – aquele
que é descontado diretamente do salário
da pessoa.
“Aconteceu com minha tia. Ela recebeu
um crédito de 14 mil reais na conta. Quando
ela foi ver, foi um empréstimo consignado
através do BMG. Ela procurou assessora
jurídica. Não conseguiu passar mais detalhes.
Está no escuro, sem saber como vai debitar
e não quer usar o valor, pois não é dela.
Está com medo de no próximo mês ser debitado
o valor da parcela e comprometer o orçamento
dela”, afirmou Lucas Barbosa. A vítima
em questão é Raimunda Crispiniana, de
60 anos, que nunca solicitou o dinheiro.
Mesmo pessoas que já morreram são alvos
dos bandidos. “Vira e mexe, eu recebo
mensagem né? Minha mãe tinha meu número
como contanto e hoje eu recebo mensagem
de whatsapp, ligação de financeira oferecendo
dinheiro emprestado, consignado. É uma
coisa frequente. Minha mãe tem um ano
e meio de falecida”, conta o ouvinte Hugo
Borges.
De acordo com a advogada Anna Carla Fracalossi,
a prática extorsiva se popularizou durante
a pandemia. Ela afirma que, em muitos
casos, os bancos reconhecem o “erro” e
cessam as cobranças. Para ela, a contratação
de funcionários terceirizados têm contribuído
para o aumento da prática delituosa.
“É muito comum. Infelizmente, essa quantidade
parece que vem aumentando na pandemia.
Não sabemos dizer qual a razão, existe
hoje em dia muita disponibilização de
servidores que não são titulares, tanto
na Caixa quando no Banco do Brasil, ou
bancos privados, muitas quadrilhas têm
essa interação com pessoas que se passam
por funcionários de bancos e pegam os
dados de pessoas humildes”, aponta.
Quando a instituição financeira apresenta
empecilhos para resolver, a Justiça acaba
sendo o único caminho. “Quando a pessoa
identifica, entra em contato com o INSS,
que muitas vezes é só quem faz o desconto
do valor. A pessoa tem que procurar uma
delegacia, ingressar junto à instituição
financeira e às vezes é desfeito administrativamente.
Quando o ente não colabora, a pessoa vai
ao judiciário. Quando o judiciário reconhece,
pede-se uma liminar e o processo tramita
para se verificar se teve má prestação
de serviço”, contou.
Em todo Brasil, juízes já puniram bancos
pelas fraudes. É o caso do magistrado
da da 2ª Vara da Comarca de Miranda, Luiz
Felipe Medeiros Vieira, que condenou o
Banco Mercantil do Brasil ao pagamento
de despesas processuais e honorários advocatícios,
fixados em 15% sobre o valor da condenação,
inclusa a devolução em dobro do valor
das parcelas cobradas de forma indevida
do aposentado D.Q.
De acordo com os autos, D.Q. foi surpreendido
com um empréstimo consignado feito em
seu nome no valor de R$ 3.974,12, parcelados
em 60 meses, com débito de R$ 130 mensais.
Fonte:
Metro1, por Alexandre Galvão
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